As vozes que aqui se
ouviam eram gritos roucos e vazios, que se perdiam por não serem escutados,
porque não significavam nada, senão a voz bolorenta de anacronismo. Por todo o
Maranhão espalharam-se métodos de tortura, de extorsão, do saque, do marasmo e
do não-fazer; do deixa, do larga, do espera, do fica-aí, do está-dando, do
não-adianta; enfim as luzes baixas que não aquecem e não iluminam. Até onde a responsabilidade da Nação
brasileira está comprometida neste campo de concentração que era o nosso Estado?
Nesta ilha de atraso em que estamos? Disse José
Sarney (1970) in “Governo e Povo”.
Quer pesar o sol um Piloto
nesta Cidade onde estamos, e não no porto, onde está surto o seu navio, senão
com os pés em terra: toma o Astrolábio na mão com toda a quietação e segurança.
E que lhe acontece? Coisa prodigiosa! Um dia acha que está o Maranhão em um
grau; outro dia em dois; outro dia em nenhum. E esta é a causa por que os Pilotos que
não são práticos nesta Costa areiam, e se têm perdido tantos nela. De maneira
que o Sol, que em toda parte é a regra certa e infalível por onde se medem os
tempos, os lugares, as alturas, em chegando à terra do Maranhão, até ele mente.
E terra onde até o Sol mente, vede que
verdade falarão aqueles sobre cujas cabeças e corações ele influi. Nos disse Padre
Antonio Vieira in “Sermão da Quinta Dominga da Quaresma”
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